Ombros soltos nos vazios

 





desconhecemos a violência tão lenta do tempo,

nessa moldagem de nós mesmos,

e das expectativas amornadas

pela vontade gasta,

nas voltas 

à volta

 do sol

e da alma.

 

já não basta, 

contrabalançar 

 nos balanços,

solavancos desta jornada,

a meio da vida,

da vida,


já olhamos ao redor dos nossos ombros

e não vemos membros

sustentados

nem qualquer gesto

semelhante

a um abraço.

 

não há volta a dar.

os anos afiam os silêncios

e já dói chorar.

a solidão envelhecida,

de uma ferida

nascida

de um não.



Comments

Popular Posts